Os relógios San Martin e Heimdallr são bons? O que a Seiko diz?

Em um artigo publicado no dia 12 de fevereiro de 2020, dentro da série Fakes Hunter, o amigo leitor Orlando Kinder perguntou por informações a respeito das empresas San Martin e Heimdallr que fabricariam relógios quase idênticos a alguns modelos da Seiko. Eu expliquei um pouco da situação informando que aprofundaria esse tema em um artigo específico e de lá para cá venho me deparando com outras pessoas em dúvidas sobre esses relógios, perguntando se valem a pena e questionando o fato dos modelos dessas empresas serem tão parecidos com os da Seiko.

Heimdallr “SKX007 Marine Master”. Sim, eles utilizam esse nome mesmo. Foto: Heimdallr.

Ambas as empresas estão sediadas na China e não se dedicam abertamente ao ramo das cópias, eles fazem o que chamam de “homenagem” (homage, em inglês), entretanto, apesar dessa expressão aparentemente bonita, eles reproduzem relógios praticamente idênticos aos da Seiko, mas mudam a marca gravada no mostrador e dizem estar tudo bem. A Heimdallr pode ser apontada como ainda mais agressiva, pois chega a utilizar as referências oficias da Seiko como “SKX007” em suas homages.

A expressão “réplica” é usada abertamente no site da empresa. Foto: Site San Martin.

Outra polêmica fica por conta desses chineses utilizarem calibres Seiko em alguns de seus relógios, normalmente os movimentos NH35 e NH36 que são versões dos calibres 4R35 e 4R36 sem a marca Seiko. Isso pode parecer estranho, todavia ocorre que fabricar um maquinário de relógio mecânico é complexo (especialmente se ele for bom) e caro, então a Seiko, assim como o Swatch Group, a Citizen e outros, produz alguns de seus movimentos sem a logo Seiko e os revende para marcas diversas como BOLDR, Deep Blue, Invicta, Dan Henry, dentre outras.

Heimdallr Turtle Marine Master 6309 Homage. Foto: Heimdallr.

Não há absolutamente nada de errado com essa prática, terceirizar parte da linha de produção é comum em quase todos os ramos da indústria, o estranho é vermos algumas empresas chinesas utilizando calibres da Seiko e tentando produzir relógios “idênticos” aos da própria Seiko, às vezes se valendo até mesmo das referências japonesas. Para compreender a questão por completo eu entrei em contato com alguns setores da Seiko do Japão onde relatei os fatos e minhas dúvidas especialmente pela utilização dos calibres e das referências. As respostas foram uníssonas ao destacarem que a Seiko repudia veementemente a utilização de suas marcas, desenhos industriais e patentes pela San Martin, Heimdallr e outras como Merkur, HimQ, Sharkey (pertence à Heimdallr), etc.

“Homage” do Seiko 6105. Foto: San Martin.

Essas empresas têm se valido de brechas legais e um incentivo indireto das autoridades chinesas que, sabidamente, nunca se esforçaram muito para combater os danosos ramos da pirataria e das falsificações que assolam nosso planeta e possuem envolvimento direto com crimes internacionais como lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, de armas e até mesmo de seres humanos, além da larga utilização de mão de obra escrava em pleno Século XXI – aprofundarei nos aspectos legais em um futuro artigo. Foi apontado um problema rotineiro com a justiça chinesa que não dá andamento aos processos e parece simplesmente ignorar as intimações e cartas de notificação que a Seiko encaminha às duas empresas.

Réplica da caixa e coroa do Seiko Sumo. A coroa não ficou tão legal, mas a caixa é surpreendentemente parecida com a original. Foto: Heimdallr.

A conclusão a que cheguei foi de que essas marcas estão se valendo de uma má fé que me parece bastante abundante naquela região do planeta para produzir algumas réplicas – expressão utilizada pela própria San Martin – de gosto muito duvidoso e outras “homenagens” até bem parecidas com os relógios que a Seiko investiu bastante tempo e dinheiro para desenvolver.

“Homage” do Seiko MM300 que, apesar de ter um belo “300” no mostrador, não tem qualquer garantia de resistência à água. Foto: San Martin.

Como essas empresas aparentemente não possuem qualquer preocupação com conceitos ético-morais, não me surpreenderia se a origem das réplicas que temos analisado na série Fakes Hunter fosse a mesma dessas homages. Infelizmente não consegui comparar ambas pessoalmente, entretanto pelas fotos as caixas do Turtle homage e das falsificações Seiko parecem idênticas! Se trocar o mostrador e o fundo do Turtle homage teremos as réplicas que infestam nosso mercado.

Referências diretas aos relógios Seiko. Foto: Site Heimdallr.

Assim sendo, todos os fatos acima me levam a crer que ambas as empresas não acrescentam coisa alguma ao mercado mundial de relógios, pelo contrário, prestam um enorme desserviço para a horologia ao movimentarem plantas industriais inteiras no intuito de clonar relógios de outras marcas e ainda entregam produtos de acabamento bastante duvido e sem qualquer liquidez de mercado. Isso quer dizer que adquirir um relógio de uma dessas marcas, além de fomentar todos os problemas legais, sociais e econômicos já citados, nos colocaria na posse de um produto que não possui “essência”, não possui as características daquela marca ou traços de sua história e, por isso mesmo, carrega uma grande rejeição do mercado de colecionadores e entusiastas sérios, não tendo valor de revenda.

Seiko Sumo SBDC001 – 1ª Geração. Foto: @seikophd.

Então meus amigos e amigas, se tenho algo mais a dizer a respeito desses relógios seria para que evitassem tais peças, pois certamente terão um produto de gosto bastante duvidoso no pulso e muito provavelmente perderão dinheiro ao tentar revendê-lo. Fique com as verdadeiras marcas de relógio, não precisa ser Seiko, temos tantas marcas interessantes japonesas, americanas, suíças, alemãs e etc., não desprendam tempo e dinheiro com um produto que traz consigo essências tão negativas.

Digo tais palavras como diria aos meus irmãos e lhes desejo sucesso e saúde nesse momento tão ruim que o mundo atravessa. Compartilhe esta publicação com seus amigos e ajude a difundir a horologia. Assine também nossas notificações por e-mail, inscreva-se em nosso canal no YouTube, junte-se a nós no Facebook e nos acompanhe no Instagram. Forte abraço!

56 comentários em “Os relógios San Martin e Heimdallr são bons? O que a Seiko diz?

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      1. Excelente artigo, é perceptível o seu empenho na busca de conhecimentos e na facilidade em poder compartilhar tais informações com os leitores. Artigo muito bem escrito! Obrigado Ramon! Grande abraço!!

      2. Muito obrigado pela gentileza Octávio, fico feliz que tenha gostado meu amigo. Forte abraço!

  1. Bom dia Ramon. As outras marcas eu não conhecia, apenas a San Martin mas sempre achei estranho como o relógio deles parecia com o Seiko Tuna. Agora está explicado. Parabéns pelo trabalho. Abraço!

  2. Bom dia, Ramon. Outro dia vi um Sumo anunciado, mas a coroa não era original e o mostrador foi trocado. Provavelmente uma das marcas citadas. Um incauto cairia nessa “roubada” tranquilamente. Tentei denunciá-lo, mas como já debatemos, o site de vendas insiste em não retirar o anúncio. Ótimo artigo.

    1. Bom dia Carlos!
      Completamente possível essa realidade meu amigo. Se reparar nos detalhes da caixa do “sumo” acima verá como o acabamento se parece com seu Seiko Sumo, estão fazendo algo realmente próximo do original e no intuito de confundir mesmo.
      Obrigado meu amigo, abraço!

  3. Bom dia Ramon, existem vários relógios da Seiko que podes-se adquirir por um preço similar a esses “homage” até mesmo um usado seria muito mais interessante, os relógios da Seiko tem uma história não é somente o calibre em si mesmo, sempre que possível devemos combater a pirataria, parabéns mais uma vez pelo post e informações que são de grande utilidade para os leitores.

    1. Bom dia Anderson!
      Concordo plenamente, existem muitas opções mais honestas do que os homages e inclusive de marcas diferentes da Seiko, o problema está na índole do fabricante, do governo que não fiscaliza e do comprador que deseja ter algo que se pareça com o original simplesmente ignorando todo um sistema apodrecido que existe por trás daquela peça.
      Obrigado meu amigo e forte abraço!

  4. Ótimo texto!
    A compra dessas cópias não agrega ao comprador a qualidade Seiko e a história da marca, além de pecar em pontos estéticos. É o mesmo que comprar uma cópia da Monalisa e expor na sala, achando que tem praticamente a Monalisa legítima. Não vejo muito sentido, ainda mais falando de Seiko, que tem modelos bem em conta.
    Abraço!

    1. Grande João! Já estava sentido falta de suas participações meu amigo!
      Achei excelente sua analogia com a Monalisa, ri bastante, resumiu muito bem.
      Um abraço!

      1. Grande Ramon! Estava meio ausente pois nessa quarentena minha rotina anda mais corrida kkk

        Mas sempre estou de olho nas suas matérias. Abraço!

  5. Parabéns pelo ótimo artigo! Infelizmente a China não controla suas exportações como deveria, mas sim as importações, impondo reprimendas muito duras a quem trazer produtos de fora! Uma hipocrisia sem tamanho! E ainda infestando o mercado mundial com réplicas, cópias e produtos de baixa qualidade em nome de um globalismo que só interessa a eles próprios! Vemos o exemplo chinês durante esta pandemia, onde materiais de saúde de baixa qualidade são vendidos sem o menor constrangimento! Cabe a nós compradores repelir tais produtos e não comprar! Só assim vamos conseguir que eles deixem essas práticas criminosas de lado. Enquanto houver compradores, haverá demanda! É a lei do mercado paralelo, tais como drogas, armas e escravos humanos! No caso específico, esses relógios são meras cópias tipo “frankesteins”, onde peças originais são misturadas a manufaturadas por eles mesmos e com a “roupagem” da Seiko e outras marcas de renome! Nada mais! E isso quando até os calibres são fajutos, pois sabemos que a maioria dos compradores não se dão nem ao trabalho de abrir suas caixas para verificar o maquinário que os move! Uma verdadeira “sacanagem” aceita por quem os adquire! Pois os relógios originais Seiko tem características que os diferenciam, assim como vc mesmo já postou aqui mesmo! A começar pelo “preço”, pois quem compra um relógio de renome a baixíssimo custo, deve presumir que algo não está certo, concorda? Obrigado novamente por nos brindar com um ótimo artigo, esclarecedor e necessário! Grande Abraço!!

    1. Excelente análise Maurício! Passeou por diversas searas e concluiu muito bem seu raciocínio, infelizmente o governo chinês tem agido com pouca ou nenhuma responsabilidade e todo o planeta acaba se tornando vítima dessas atitudes, inclusive o próprio povo chinês.
      Obrigado meu amigo, realmente o consumidor final tem um importantíssimo papel ao simplesmente não adquirir esses produtos. Forte abraço!

  6. Ramon, o que você acha dos Seiko Mods , existem vários vídeos no YouTube sobre essas mmodificações, caixa de Turtle com mostrador de outros modelos da Seiko, bezel em safira,

    1. Olá meu amigo (a)!
      As modificações ou personalizações estão em voga há muitos anos e no segmento dos relógios tenho visto muitas de gosto um pouco duvidoso, porém existem aquelas bem projetadas e bem construídas que me agradam.
      Normalmente gosto dos relógios originais e provavelmente não compraria uma modificação, mas algumas são divertidas, interessantes e como toda customização, quando bem feitas, expressam um pouco da personalidade de seus autores.
      Considero um ramo muito interessante dentro do vasto universo da horologia. Você tem se dedicado às customizações?

  7. Excelente artigo!
    O artigo demonstra, muito a propósito, um exemplo das mazelas que surgem no mundo com o globalismo desenfreado e a qualquer custo, sem critérios e proteção às industrias nacionais. Em nome do politicamente correto ficamos aqui chamando do “HOMAGE” , “SIMILAR”, “REPLICA”, o que na verdade é uma FALSIFICAÇÃO muito das sem vergonhas.
    É claro e evidente que, basta mudar o mostrador, que se tem material perfeito para enganar consumidores mundo a fora…os crimes das empresas chinesas são mais que evidentes e conhecendo bem o governo comunista chinês essas falsificações vão se espalhar como gafanhotos pelo mundo civilizado e fazer milhares de vítimas. Do jeito que o comunismo gosta!

    1. Olá Tarcísio!
      Muito coerente seu texto meu amigo, pois de fato temos visto uma rápida expansão desses produtos similares, inspirados ou FALSIFICADOS mesmo como você bem disse e a tendência, infelizmente, é piorar.
      Obrigado e um forte abraço!

  8. Excelente matéria meu amigo! Inimaginável qualquer relógio produzido na China, face ao controle de qualidade deles, independente de ser uma réplica, homage, falsificação ou marcas chinesas, que suporte 30ATM.
    Esses dias publiquei em alguns grupos um vídeo do canal da Patek mostrando o desenho, desenvolvimento, fabricação e montagem de um relógio deles, aí quando se vê esses crimes aos borbotões (falsificação, mão de obra escrava, lavagem de dinheiro, etc, etc, etc) para copiar tal obra de arte, realmente é de chorar.
    Hoje temos diversas marcas com desenvolvimento, responsabilidade e preços acessíveis no mercado, a própria Seiko que hoje tem modelos muito distante dos populares, continua a produção do Seiko 5 (praticamente o Chuck Norris dos relógios) que tem preço atrativo para um relógio que dura gerações. Não precisamos alimentar este mercado do crime.
    Parabéns pela matéria!
    Forte abraço.

    1. É verdade meu amigo, não existe razão plausível para adquirir um relógio como esses, existem muitas opções mais interessantes e mais baratas no mercado.
      Obrigado e um grande abraço!

  9. Ramon, nunca fiz nenhuma customização de relógios mas vi várias no YouTube de alguns Seikos, mudam o bezel por um de cerâmica, vidro de safira , coroas assinadas, achei bem legal.

    1. Muito legal mesmo Anderson, é uma iniciativa interessante. Se for fazer alguma não esqueça de divulgar no Seiko Brasil. O mercado de customização de Seiko em nosso país é muito pequeno, bons profissionais nessa área seriam muito bem-vindos. Forte abraço!

  10. Bom dia Ramon .
    Quero lhe parabenizar pelo seu artigo , muito relevante e esclarecedor .
    Vamos valorizar e respeitar a tradição e o estudo que as grandes marcas Japonesas tem.
    Fraterno Abraço!!!!

  11. Belíssima explanação meu amigo!! Devo dizer que está prática é comum nos mais diferentes seguimentos que vão de relógios a carros, mas esta estratégia de levar grandes empresas com promessa de mão de obra barata, e adquirir seu know how de fabricação, apesar de má fé, foi brilhante. Hoje vemos em vários videos produtos chineses que impressionam, mas por outro lado o mercado negro dos falsificados nos preocupa e muito…

  12. Esclarecedor esse artigo! Achava que a San Martin, Merkur e as demais citadas fosses as chamadas microbrands.
    Realmente me surpreendeu a “qualidade” da caixa do Sumo. Se possuem essa capacidade por que não fazer modelos próprios? Tal como a Spinaker.
    E com o remanejamento da Seiko no mercado da relojoaria, aliado com a alta do dólar e crise econômica, presumo que as próximas falsificações de Seiko serão difíceis de serem identificadas a olho nu. Preocupante!
    Obrigado por compartilhar tais informações Ramon e parabéns pelo artigo, sempre conciso, objetivo e abrangente!
    Um grande abraço, saúde a vc e sua família e um ótimo mês de junho!

    1. Esse é um ponto extremamente importante do nosso artigo, por que não produzem seus próprios relógios? Movimentam plantas industriais inteiras para fabricar (usando expressão do próprio site da San Martin) réplicas.
      Abraço e obrigado meu amigo!

    1. Boa tarde Edylson! Tudo bom meu amigo?
      A questão de valer ou não a pena é bastante subjetiva, pessoalmente dou preferência aos relógios originais, esse daí teve todo tipo de peças trocadas, portanto eu o evitaria. Abraço!

  13. Primeiramente, muito obrigado pela parte que me toca !!!!!! KKKKKKKKKKKKK Amigo Ramon você como sempre esplêndido no seu comentário. Realmente alimentar o mercado negro não é saudável e nem correto, deveriam se adaptar para produção de um relógio exclusivo e excêntrico tendo em vista que conseguem copiar com tamanha perfeição e demonstrando suas ” qualidades ” produtivas. Um forte abraço e muito obrigado pela menção !!!!

  14. Você, como sempre é uma enciclopédia sobre Seiko . Muito obrigado novamente. Um grande abraço, meu amigo.

  15. Boa tarde meu amigo Ramon,
    Mais uma vez você estava certo. A Olist além de não ter me entregado o relógio SKX009K2, cancelou a compra por conta própria, sem o meu consentimento. Como a Submarino pode trabalhar com uma loja desse nível ?
    Um grande abraço,
    Edylson.

    1. Esse tipo de atitude é realmente decepcionante. Entre em contato com o SAC do Submarino e reclame, caso não consiga use o site Reclame Aqui.
      Justificaram o cancelamento com base no Covid?

  16. Tenho visto essa “infestação” de cópias de modelos icónicos da Seiko pelas marcas citadas, onde repudio completamente e infelizmente há mercado. Minha dúvida prende-se com as micro brands, uma vez que muitas baseiam-se em modelos de marcas conhecidas (não inteiramente) e oferecem qualidade, mas como o mercado “vê” esses produtos, valem a pena? Obrigado

    1. Olá Flávio! Tudo bom meu amigo?
      Existem microbrands fazendo um trabalho sensacional e temos que reconhecer isso, iniciar um novo negócio não é brincadeira e muitas estão levando a sério os conceitos mais importantes da horologia, o que é louvável.
      Alguns relógios se tornaram conceitos e seus projetos são tão icônicos que é difícil não se inspirar em alguma coisa deles, como exemplo usarei novamente o Rolex Submariner.
      Essas microbrands desejam agradar ao grande público e acabam usando alguns conceitos desses modelos consagrados. Acredito que até aí não há um problema, a questão se torna controversa quando essas empresas se esforçam para reproduzir o Submariner, trocando apenas o nome estampado no mostrador e talvez no fundo (em alguns outros modelos), nesse caso estão fazendo uma réplica, como os próprios chineses denominaram essa prática na imagem que postei acima.
      Quem deseja adquirir réplicas vai defender esse posicionamento dizendo que para ser réplica precisa estar estampado “Rolex” no mostrador do relógio reproduzido, o que discordo acompanhando o pensamento dos próprios chineses (novamente a imagem que coloquei mais acima).
      A grande verdade é que essas réplicas continuarão vendendo, o que considero uma infelicidade, contudo sei que isso é do próprio ser humano e não tenho a menor ambição de mudar a raça humana rsss. No caso das microbrands penso que você deve avaliar marca a marca, veja todos os modelos que a sua marca preferida está produzindo e tire suas conclusões se eles merecem o seu dinheiro.
      Se visualizar “mais Seiko”, “mais Rolex” ou “mais Panerai” do que relógios da própria marca, não incentive essa indústria e parta para outras.
      Está olhando algum modelo específico?

  17. Ótimo texto amigo!

    Posso aplicar o mesmo entendimento em relação a marca Steinhart?

    Abraços!

    1. Olá Bruno!
      Eu diria que em grande parte sim, pois eles possuem uma linha bem extensa de homages da Rolex.
      Obrigado meu amigo, grande abraço e volte mais vezes.

  18. Olá, isso que infelizmente a China faz com os relógios, ela faz com Tudo, e quando digo TUDO, é tudo mesmo, navios, helicópteros, aviação de caça (Que por sinal é bem complexo), veículos, motos, então, a questão é, que o mundo criou uma certa “dependência” desses produtos “duvidosos, e os governos nada fazem de efetivo para frear isso, consequentemente eles se acham, no direito de “copiar” e inundar o mundo com esses produtos. Tanta é a conivência, que estamos vivendo a pandemia, enviada por eles, pelo menos, “atrasada” a informação que nos possibilitaria agir para nos defender de uma forma mais apropriada à tempo.

    1. Excelente análise meu amigo, eu também acredito que eles poderiam e deveriam ter agido muito antes em relação à pandemia. Não o fizeram e agora o mundo inteiro paga um preço altíssimo!
      O mundo tolerou e até apoio essas práticas por muitos anos, produtos baratos, de qualidade duvidosa e carregados de suspeitas seríssimas como o uso de mão de obra escrava em pleno século XXI. Agora realmente não há como parar a máquina chinesa.
      Obrigado Édson, abraço!

  19. Olá meu amigo Ramon, tudo bem? Espero que sim!
    A Seiko repudia veementemente mas continua fornecendo o maquinário, ora, me parece um tanto quanto controverso.
    Se ela abolisse esse fornecimento seria de fato um sinal de repúdio e descontentamento, mas também tem o fato que logo o mercado de homages se adequaria novamente (sem os NH35/36) e a Seiko perderia uma parte de suas receitas, então ela acaba apenas fazendo “vista grossa”.
    Ou então a Seiko não se incomoda com o share de mercado que as homages representam…não sei, eles tem os motivos, comercialmente deve uma decisão muito difícil.
    De qualquer forma foi um ótimo artigo e bastante esclarecedor!!

    Grande abraço, Ramon!!!

    1. Bom dia, ADG!
      A questão é que o departamento da Seiko que fabrica e fornece esses calibres tem como foco pequenas empresas sérias que não possuem condições de desenvolver e fabricar seus próprios calibres, como a Spinnaker, por exemplo.

      Os modelos acabam sendo montados na China, onde existem grandes atravessadores que adquirem e repassam calibres de diversos fabricantes, não apenas da Seiko, e nesse ponto se perde o controle.

      Então, ou a Seiko vende apenas de forma direta para o fabricante ou aperta o cerco contra esses gigantes intermediadores e corre o risco de ter a receita reduzida de forma drástica, o que causaria grandes problemas aos investidores, dentre outros fatores.

      Como você bem disse, é uma decisão dificílima e que envolve cifras altíssimas, mas eles estão planejando algo pela frente, já que a via judicial não surtiu qualquer efeito.

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