Movimento, máquina e calibre nada mais são do que o motor do relógio, o “coração” que faz tudo funcionar. Iniciando a série que desvendará os principais movimentos do universo da horologia, hoje trataremos dos relógios mecânicos, mas não deixe de ler sobre os demais movimentos da Seiko.
Os relógios mecânicos são os mais tradicionais e valorizados no mundo da relojoaria, seu funcionamento independe completamente de baterias ou eletricidade, ele é composto basicamente de engrenagens, molas e rolamentos, a essência da pura engenharia mecânica com um toque de arte.

Já que não há qualquer tipo de abastecimento ou carregamento elétrico, para que todo o mecanismo funcione existe a necessidade de uma interferência externa e é exatamente neste ponto que surge a grande diferença entre o relógio mecânico manual e o relógio mecânico automático – ou simplesmente “relógio automático”.
Os relógios mecânicos manuais exigem que seu usuário “dê corda” para que eles funcionem, este é um dos sistemas mais antigos da relojoaria. O ato de dar corda consiste em girar a coroa do relógio para um lado específico, com isso a haste da coroa enrolará a mola principal que ao desenrolar fará com que a máquina se movimente, assim, os ponteiros e demais complicações (como são chamadas outras funções que o relógio pode acumular, como cronômetro) funcionarão.

De tempo em tempo há a necessidade de novamente se dar corda para que o relógio continue funcionando. Caso a mola se desenrole completamente todos os ponteiros e complicações pararão e o relógio ficará estagnado até que a mola seja novamente enrolada e ele retorne ao movimento. Nesse momento haverá a necessidade de reajustar as horas e demais funções.
Quando a mola principal estiver toda enrolada o relógio terá algumas horas de funcionamento antes que a mola se desenrole e ele pare de funcionar, esse período é chamado de reserva de energia ou reserva de marcha e quanto maior a reserva de energia, por mais tempo o relógio funcionará depois de ter recebido a corda por completo.

Já os relógios mecânicos automáticos dispensam a necessidade de se dar corda manualmente para que funcionem. Eles possuem um peso interno oscilante que é acionado pelo movimento do braço de seu usuário, desta forma o movimento desse rotor enrola a mola principal que ao desenrolar faz com que o conjunto de engrenagens e molas se movam e executem suas funções.
É o mecanismo que atualmente prevalece entre os relógios mecânicos e funciona de forma semelhante ao mecânico manual quando a mola desenrola, a diferença aqui é que basta balançar o relógio no decorrer de uns 30 cm e ele voltará a funcionar.

Importante salientar que alguns calibres automáticos possuem também a função de se dar corda manualmente no movimento, essa tecnologia é chamada de manual-winding e já é utilizada pela Seiko na maioria de suas máquinas, tendo sido aposentado recentemente um dos poucos calibres que ainda não possuía tal função, o cal. 7S26 com o lançamento da nova coleção Seiko 5 Sports em 2019.
Uma dúvida bastante recorrente entre os admiradores e colecionadores de relógios mecânicos é quanto às consequências de se deixar o relógio parado por muito tempo, se tal atitude afetaria o funcionamento da peça ou se poderia causar problemas mais sérios ao longo dos anos, discorri de forma completa sobre esse assunto aqui.

Construir um movimento mecânico não é algo simples ou barato, por isso é comum muitas empresas comprarem as máquinas de um certo fabricante, colocarem em seus relógios e aplicarem sua marca. Esse assunto renderá um artigo próprio no qual falarei dos conhecidos movimentos suíços ETA, bastante comuns em relógios de diversas marcas.
Na contrapartida dessa terceirização algumas empresas ainda pesquisam, desenvolvem e fabricam seus próprios movimentos “in-house” e este é o caso da Seiko, onde todas as peças de seus relógios são produzidas pelas empresas integrantes da Seiko Corp, nem mesmo o óleo que lubrificará as engrenagens é terceirizado. Além da Seiko apenas a Rolex fabrica todas as partes de seus relógios.

Espero que tenha sido bem claro e objetivo, mas caso tenha ficado alguma dúvida sinta-se à vontade para utilizar os campos abaixo.
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Excelente texto.
Obrigado, fico feliz que tenha gostado, trarei mais desta série em breve.
Amo seus posts.
Muito obrigado pela gentileza. Abraço!
Texto muito explicativo e esclarecedor. Não conhecia esses relógios mecânicos, agora sem dúvida comprarei um neste final de ano.
Onde vc me indicaria para comprar um Seiko automático?
Parabéns pelo site.
Daniel
Obrigado Daniel!
Não sei se tem o costume de comprar pela internet, se tiver é possível encontrar boas ofertas no Mercado Livre, tanto de novos quanto de seminovos. Se preferir pessoalmente eu precisaria saber onde está, mas pesquise no Google e tenho certeza que encontrará várias peças que te agradam.
Um abraço,
Ramon
sou apaixonado pela SEIKO, tenho dois antigos automáticos. È uma satisfação me juntar a vcs
Olá Aloisio!
Bom tê-lo por aqui meu amigo, aproveite nosso site e nossas redes sociais.
Forte abraço!
Boa noite!
tenho um raríssimo 1D3386, no entanto não consigo encontrar uma pulseira original. alguém poderia me orientar?
È uma satisfação me juntar a vcs
Bom dia Aloisio!
Envie mais informações como os demais dados gravados no fundo (tampa traseira) do seu relógio, acredito que o “1D3386” possa ser o número de série do seu relógio. Para mais informações sobre como compreender o que está gravado aí leia este artigo.
Abraço!