Dando sequência aos nossos artigos que tratam dos tipos de movimentos que equipam os relógios Seiko, hoje aprofundaremos na história e tecnologia por trás dos calibres Seiko Solar. Esse mecanismo foi apresentado pela primeira vez em 1977 como um aprimoramento dos movimentos a quartzo que revolucionaram a relojoaria no ano de 1969.
Representando todo um esforço da Seiko no sentido de estender a vida útil da controversa bateria, reduzir os impactos ambientais, manter a precisão superior dos relógios a quartzo e se aproximar um pouco da baixa manutenção dos relógios mecânicos, o Seiko Solar veio para ficar.

O funcionamento do sistema Seiko Solar é simples e se dá através da implantação de um painel de células fotoelétricas localizado sob o mostrador, capaz de converter energia luminosa em energia elétrica. Após essa conversão a energia elétrica é armazenada em uma bateria recarregável de longa duração e alimenta o restante do maquinário que se assemelha a um movimento a quartzo comum.
Os primeiros relógios Solar precisavam ter um mostrador semitransparente para permitir a passagem da luz, ou realmente expor o painel de células fotoelétricas como no modelo acima, para minimizar os riscos de desabastecimento da peça. Atualmente não se percebe com facilidade qualquer transparência nos mostradores Seiko, muitas das vezes eles possuem texturas e acabamentos impensáveis poucas décadas atrás, tornando-se relógios verdadeiramente interessantes e colecionáveis, fruto de uma constante evolução tecnológica.

Ao contrário do que poderia sugerir o nome “Solar” utilizado pela Seiko, qualquer tipo de luz é capaz de alimentar o sistema do relógio, seja em maior ou menor grau. A medida utilizada pela ciência para medir a intensidade luminosa ou iluminância é a lux (lx), onde 1 lx corresponde à incidência perpendicular de 1 lúmen (quantidade de luz) em uma superfície de 1 metro quadrado. Essa medida é usada para demonstrar os locais mais indicados para recarregar seu Seiko Solar e estão presentes no manual do usuário. Veja os locais e a incidência luminosa:
- Sob a luz solar direta em um dia de verão: 100.000 lx;
- Dia nublado: 10.000 lx;
- A 5 cm de uma lâmpada fluorescente de 30W: 10.000 lx;
- A 20 cm de uma lâmpada fluorescente de 30W: 3.000 lx;
- Escritórios em geral: 700 lx.

Vale ressaltar que cada calibre possui um tempo distinto para atingir a carga completa, para ter certeza do tempo ideal é sempre bom consultar o manual e, apesar da exposição direta à luz solar ser o local onde se recarrega mais rapidamente a bateria, deve-se sempre evitar que o relógio atinja temperaturas elevadas, o que poderia acarretar danos permanentes ao maquinário. Então, nada de deixar o relógio “fritar” no sol direto durante todo um dia, colocá-lo próximo à janela, mas sem incidência direta do sol, por exemplo, já garante uma recarga bem eficiente. Caso a bateria descarregue completamente basta expor o relógio à luz e ele voltará a funcionar em alguns instantes, simples assim.
A vida útil da bateria recarregável oscila bastante e pode ser influenciada por uma manutenção mal feita, pela incidência de umidade no interior da caixa do relógio, pelo calor excessivo ou pela falta de manutenção da peça. A Seiko recomenda uma manutenção preventiva a cada 3 ou 4 anos, desta forma a vida útil de sua bateria provavelmente ultrapassará os dez anos (muitas chegam a vinte anos) e garantirá ao menos seis meses de funcionamento do relógio quando completamente carregada.

Tenho notado um aumento na oferta de relógios Seiko Solar nos últimos anos, aparentemente a Seiko vem apostando mais nessa tecnologia, investindo em calibres mais complexos e relógios de gamas intermediária e alta como a série Astron GPS Solar. Ao que parece a ideia é continuar a substituição dos relógios comuns a quartzo. Estaria a Seiko pensando em eliminar esses relógios mais simples do mercado? Não duvidaria dessa estratégia a médio ou longo prazo, pois as tecnologias Solar e Kinetic são mais eficientes, menos poluentes e certamente bem menos irritantes por dispensarem a troca quase anual de bateria como ocorre com os relógios comuns a quartzo.
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Parabéns pelo blog, sou fã incondicional da Seiko e estou gostando muito do seu trabalho. Parabéns novamente!
Muito obrigado pela gentileza Victor e bem-vindo ao nosso site. Continue nos acompanhando, grandes novidades virão. Forte abraço!
Tenho um Seiko Baby Tuna Padi Prospex SNE 499, calibre V157 SOLAR. Excelente relógio. Já é meu segundo Seiko Solar. Para mim, outra vantagem é que não existem modelos solares falsificados. De nenhuma marca. Ao contrário dos automáticos, que são os mais falsificados do mundo. De todas as marcas.
Bom dia Valéria!
Tem toda razão, por enquanto não temos relógio de calibre Solar falsificado, essa é uma ótima vantagem desse tipo de movimento.
Um grande abraço!
Quem faz a manutenção e troca da bateria desse relógio?
Qualquer relojoeiro minimamente qualificado fará, é muito simples a troca. Caso seu relojoeiro não tenha em estoque ele ou você mesmo pode comprar na Seiko ou pela internet.
Boa tarde.Descobri seu site há pouco tempo, ótimo conteúdo, muita coisa que eu nem sonhava. Deixa eu te fazer um pergunta “tola”, você sabe me dizer, se o calibre V157, que equipa os relógios prospex street, possuem a função economia de energia? Obrigado.
Olá Vinícius!
Fico feliz que tenha gostado de nosso site, meu amigo, volte mais vezes.
O cal. V157 não possui tal função, quando a reserva de energia está baixa o ponteiro de segundos vai saltar de dois em dois segundos, mas a intenção é simplesmente te informar esse fato.
Abraço!
O que seria essa manutenção preventiva? Tenho um V175 air diver e já troquei a bateria 2x. Levei em uma autorizada e o mesmo disse que efetuou uma limpeza no calibre. Melhorou um pouco, mas jamais chegou a 2 meses funcionando. e olha que eu o uso pilotando motocicleta, ficando o relogio exposto ao sol direto. Será q o calibre veio com este defeito de fábrica?
Olá, Ricardo!
Confesso que nunca tinha lido ou ouvido um relato assim, era caso de ter acionado a garantia do relógio se ainda estivesse dentro do prazo previsto, pois realmente não é normal a bateria durar apenas dois meses. Se fosse para durar pouco, por assim dizer, uns 10 anos pelo menos o capacitor deveria aguentar. Precisa levar a um bom relojoeiro.
A manutenção preventiva costuma ser a limpeza, lubrificação e revisão das vedações do relógio.
De onde você é? Mantenha-nos informados.
Abraço!
Olá Ramon, como vai? Sou de Uberlândia, MG.
Abs!!
Olá, José Ricardo! Tudo bem?
Estou melhorando, meu amigo. Conheço Uberlândia, terra boa. 🙂👍 Cidade de ótimas carnes e lindas mulheres.
Forte abraço!