A importância do rubi (jewel) no seu relógio! – Essenciais #1

Nossa breve publicação de hoje traz curiosas imagens de uma peça extremamente importante que compõe principalmente os maquinários dos relógios mecânicos, mas que também aparece em outros tipos de movimentos como alguns a quartzoKinetic. Destacaremos o problema que a falta de um rubi (esse círculo roxo presente na imagem acima) pode trazer ao calibre do seu relógio e inauguraremos uma nova série em nosso site chamada Essenciais, onde traremos informações basilares do universos da horologia.

As peças expostas nessas imagens se chamam platina do tambor de corda e na primeira fotografia há duas delas, porém pertencentes a calibres distintos de relógios King Seiko. À esquerda está exposta a platina de um movimento mais “moderno”, o 44 KS fabricado no ano de 1965, e à direita temos a platina do primeiro KS (datado de 1961) que se destaca por não possuir um rubi em seu orifício central.

Platina do tambor de corda do primeiro King Seiko. Foto: Masaki Nakagawa.

O tambor de corda é o local responsável por armazenar a mola principal do relógio que possui como característica o fato de se movimentar constantemente e exercer muita força sobre todo o maquinário. A ausência do rubi nesse ponto acabou desgastando a borda do orifício central da platina após algumas décadas de uso, danificando permanentemente a peça.

Além de impedir desgastes agindo como uma espécie de rolamento, o rubi acaba fazendo com que o maquinário trabalhe de forma mais fluída e aumenta, inclusive, a precisão do relógio, uma vez que atritos são minorados. Se não bastassem tais características, um rubi verdadeiramente funcional (pois nem todos o são) ainda prolonga a vida útil da máquina ao reter por mais tempo a lubrificação do conjunto.

Ponte do tambor de corda do primeiro King Seiko. Foto: Masaki Nakagawa.

Essas imagens foram postadas por meu amigo Masaki Nakagawa, um relojoeiro japonês especializado em peças vintage com algumas décadas de experiência na cidade de Tóquio, Japão. São imagens bastante relevantes do ponto de vista didático e não poderia deixar de compartilhá-las. Espero que a partir de hoje você olhe com ainda mais de atenção para essas pecinhas que, além de bonitas, são realmente importantes.

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16 comentários em “A importância do rubi (jewel) no seu relógio! – Essenciais #1

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  1. Excelente a iniciativa de criar uma série de artigos visando transmitir conhecimentos mais aprofundados do mundo da relojoaria. A cada dia, vou aprendendo algo novo sobre meu hobby.
    Parabéns, Ramon ! E muito obrigado !
    Forte abraço.
    Arnaldo

    1. Bom dia Ramon e demais amigos que sempre estão por aqui! Como sempre vou esperando a sexta-feira para ler mais um artigo do Seiko phd e não decepciono. Gratidão pela aula dada de maneira tão simples e objetiva Forte abraço e vida longa ao Seiko phd.

      1. Olá Ruy!
        Muito obrigado pelas gentis palavras meu amigo, sempre um prazer.
        Forte abraço!

    2. Muito obrigado meu amigo, a cada dia vamos dando um novo passo nessa longa caminhada.
      Forte abraço e ótimo final de semana!

  2. Boa noite Ramon, mais uma vez, parabéns pela sua gigante contribuição ao mundo dos apreciadores Seiko. O intuito da minha observação não é tumultuar ou propiciar qualquer tipo de dúvida com relação a matéria, porém a foto em que não consta o Rubi, podemos observar danos provocados por ferramentas, os quais podem ter sido provocados até mesmo na retirada do tambor de corda de maneira bruta, por estar emperrado por exemplo e por já se ter a intenção do descarte, sendo que se a ponte estivesse intacta e danificada apenas no local da ausência do Rubi, ou se esses danos fossem na ponte que possui o Rubi , ficaria mais elucidativo.

    1. Boa noite Alain!

      Excelente observação meu amigo, detalhes importantes chamaram a sua atenção e será um prazer complementar a história através da resposta ao seu comentário.

      Masaki me disse que o relógio como um todo foi bastante mal cuidado ao longo dos anos, ele mandou algumas fotos e realmente está em um estado bem ruim, porém me pediu para não publicar as imagens do KS, pois poderia incomodar o dono de alguma forma, o que obviamente respeitei.

      Como ele comentou os relojoeiros que deram manutenção nesse relógio provavelmente eram aventureiros (sim, maus profissionais existem em todo lugar) e causaram alguns danos, sumiço de parafusos e muitos riscos pelo maquinário e fundo do relógio.

      Comentei com ele que, conhecendo os mecanismos da Seiko e a forma como são feitos para durar, acredito que esse calibre (mesmo sem o rubi) teria ainda muitas décadas pela frente caso viesse passando por boas e periódicas revisões, o que ele concordou com veemência.

      Então temos a falta de manutenção e a ausência do rubi trabalhando juntos na deterioração da peça, que inclusive tinha estilhaços recém partidos da platina. Os arranhados e marcas presentes nas fotos são outras provas do quanto esse importante KS foi mal cuidado.

      Um ponto importante é que caso o rubi estivesse presente ali, mesmo o maquinário trabalhando com poucos cuidados e falta de lubrificação (o que certamente acelerou bastante o desgaste), a ponte não teria sofrido esses danos.

      Obrigado pela sua participação meu amigo e espero vê-lo mais vezes por aqui.

      Forte abraço!

  3. Excelente iniciativa Ramon!
    Essa série será muito interessante!
    Salvo engano, acho que já li em algum artigo que os tais rubis/jewel não são verdadeiras jóias, pois são sintéticas!
    Lendo este artigo e sabendo desse fato, surgiu a dúvida pq um mesmo modelo (por ex, os Bell Matic que possuem uma mesma versão com 27 ou 17 J) é mais valorizado que o outro. Acredito que quanto maior o número de joias, maior a durabilidade e robustez do calibre, pois reduz o atrito em determinadas peças.
    Obrigado por enriquecer nosso conhecimento e paixão por relógios Ramon!
    Um grande abraço!

    1. Bom dia Hector! Tudo bem meu amigo?

      O seu raciocínio está correto, de maneira genérica um calibre com mais rubis será um movimento melhor, mais duradouro e também mais caro, mas existem exceções, por exemplo quando observamos que um calibre com calendário duplo possui um rubi a mais do que um calibre com calendário apenas mensal. Essa diferença é esperada e não necessariamente assegura que o calibre que possui apenas o calendário mensal seja inferior. Esse rubi a mais no caso do calendário duplo está ali exatamente para auxiliar as engrenagens que movimentarão a segunda roda do calendário.

      Outro ponto importante é que existem casos onde, infelizmente, alguns desses rubis não são funcionais, ou seja, estão ali apenas para dar quantidade e fazer alguém pensar: “nossa, tem esse tanto de rubis, deve ser um maquinário maravilhoso”. Muitas empresas utilizaram desse artifício, inclusive a Seiko décadas atrás quando se valorizavam ainda mais os rubis. Caso não se recorde leia o artigo em que tratamos do calibre 6619.

      A Seiko com sua filosofia japonesa praticamente sempre produziu calibres melhores para as versões JDM de seus relógios, então é bem comum encontrarmos calibres destinados exclusivamente ao mercado japonês com quantidades mais elevadas de rubis.

      Esses rubis são realmente sintéticos e não possuem valor para o ramo da joalheria, mas por aqui são bem significativos, como vimos no artigo acima e espero ter respondido a contento.

      Forte abraço Hector e tenha um ótimo final de semana!

  4. Opa, essa Essenciais é mais uma série para aguardarmos ansiosamente novos episódios.
    Para nós, amantes da horologia e que passamos longe da experiência do Sr Nakagawa, será interessantíssimo aprendermos sobre as peças dos movimentos, nomes, utilidade, função, etc.
    Talvez assim, um dia paremos com o “girar o pininho pra rodar o outro pininho dentro do vidrinho” kkkk
    Muito bacana esta iniciativa meu amigo, parabéns e muito obrigado!
    Forte abraço.

    1. Bom dia Junior!
      O “girar o pininho pra rodar o outro pininho dentro do vidrinho” foi sensacional hahaha, quem nunca?
      Obrigado meu amigo, forte abraço!

  5. Reforço o que muitos aqui já relataram, Ramon, excelente artigo!!

    Fiquei curioso para saber quando esse material passou a ser utilizado como mancal e por que cargas d’água o rubi (mesmo que o sintético) e não outro material.

    1. Bom dia Frederico! Tudo bem?
      Em um artigo próximo falarei especificamente das joias usadas nos relógios e aprofundaremos em duas histórias, mas para matar sua curiosidade o primeiro rolamento utilizando joias foi lançado em 1704.
      Continue acompanhando o SeikoPhD.
      Forte abraço!

  6. Olá Ramon boa noite !
    Que belo artigo, Eu já sabia mas não tão detalhado sobre os tubos…. Que bacana, que conteúdo de primeira que você apresenta, continue assim meu caro, um assunto onde infelizmente muitos jovens já não querem saber mais, que são os relógios de pulso. Abraço e sucesso sempre.

    1. Boa noite Charles!
      Muito obrigado meu amigo, fico feliz que tenha gostado e pode ter certeza de que minha intenção é trazer um conteúdo melhor a cada dia.
      Forte abraço e tenha uma ótima semana!

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